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VIVE-SE em tempos de microrganismos (bactérias, vírus, parasitas, fungos) multirresistentes aos antimicrobianos (antibióticos, antifúngicos, antiparasitários, antivirais). Estima-se que pelo menos 25.000 pessoas morrem anualmente na União Européia por infecções causadas por microrganismos multirresistentes, em especial, por bactérias. Nos Estados Unidos, apenas um microrganismo, o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), mata anualmente cerca de 19.000 pessoas, mais do que enfisema, AIDS, doença de Parkinson e homicídio combinados. E, que cerca de 2 milhões de cidadãos americanos por ano desenvolvem infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS)/hospitalares(IH), resultando em 99 mil mortes, sendo a grande maioria devidas a processos infecciosos por patógenos (microrganismos) resistentes aos antimicrobianos, especialmente aos antibióticos, causando custos imensuráveis, intangíveis, para à vida do paciente e ao sistema de saúde.
Tem sido uma preocupação mundial a monitoração de resíduos de antibióticos em alimentos, como uma área de preocupação crescente e muito importante, devido ao seu potencial impacto na saúde humana. Os antibióticos são administrados nos animais não só no tratamento de doenças, mas também subterapêuticamente para manter a saúde, evitar infecções, melhorar o desempenho no cruzamento, promover o crescimento de massa muscular, melhorar a eficiência ou utilização alimentar, sincronizar ou controlar o ciclo reprodutivo e aumentar a aceitação do consumidor ao produto final. E, o uso de antibióticos não autorizados e ou o não cumprimento das orientações de administração dos antibióticos autorizados pode resultar na presença de níveis elevados de resíduos de antibióticos nos produtos alimentares consumidos pelas pessoas no dia a dia.
Os antibióticos são extremamente valiosos em todos os campos da saúde. Seu desenvolvimento tem sido associado a importantes reduções na mortalidade por doenças transmissíveis e ao longo do tempo vem facilitando os avanços tecnológicos em terapia de câncer, transplante e cirurgia. No entanto, este recurso, por um uso não racional, indiscriminado, assim como pela diminuição do abastecimento de novos antimicrobianos e pelo aumento global da resistência antimicrobiana vem sendo considerado como um problema mundial de grande impacto para à saúde das pessoas.
Uma simples medida pode ajudar muito no combate à guerra da multirresistência dos microrganismos: Higienizar bem as mãos! Sim, apesar de simples é muito eficaz, como já foi demonstrado pelo médico húngaro, Ignaz Phillip Semmelweis (1818-1865), em seus estudos sobre a “Etiologia, Conceito e Profilaxia da Febre Puerperal (1861).
CABE, portanto, todos nós participarmos ativamente desta batalha invisível implementando medidas desde uma simples higienização da mãos, até o uso adequado de antimicrobianos para que possamos vencer essa guerra!