Ultrassonografia: Mitos e Verdades

Dr. Antônio Sérgio Zafred Marcelino, Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Publicado em 18/07/2017 - Atualizado em 01/05/2024



Com certa freqüência, e a cada dia mais, ouvimos conversas a respeito dos diferentes métodos diagnósticos realizados por imagem: raios X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, PET CT, PET RM, ultrassonografia, Doppler, entre outros. Os pacientes estão a cada dia mais esclarecidos conseqüência da facilidade de acesso à informação.

Difícil pensar em Saúde sem o suporte tecnológico, sem o diagnóstico apoiado nos exames de imagem e até mesmo sem utilização de instrumentos cirúrgicos, como por exemplo a laparoscopia e os robôs.

Claro, cabem discussões a respeito da acessibilidade universal, filas de espera, remuneração, quem está apto ou não para realização deste ou daquele procedimento, mas vamos focar neste método que é sem duvida uma das mais importantes conquistas da medicina nas últimas décadas, a ultrassonografia, o ultrassom ou ecografia para outros.

Na “onda” da revolução tecnológica vivida nestes últimos anos  por todos os lados,  é no mínimo curiosa a situação da ultrassonografia idealizada nas décadas de 1940 e 50 e que passa a ser mais divulgada e utilizada no final da década de 1960 e inicio da década seguinte.

Praticante do método desde a década de 1990, já escutei algumas vezes “profecias” sobre o fim da ultrassonografia como ferramenta diagnóstica: no advento da ressonância magnética, na criação da Tomografia Computadorizada de múltiplos cortes, que permite exames em poucos segundos, e, em outros momentos mais recentes. Mas, o que vimos e vivenciamos é exatamente o contrário, só avançamos!

Cada vez mais é utilizada no diagnóstico, no apoio a procedimentos invasivos, em substituição aos mesmos, e inclusive em pesquisas, como opção a tratamentos de doenças, é para muitos a opção de diagnóstico por imagem ideal no chamado “custo saúde”, inclusive em países desenvolvidos. Por sua vez, em áreas carentes e a única opção viável.

Diante da  utilização cada vez mais ampla deste método, alguns esclarecimentos são importantes a respeito da ultrassonografia:

1. É o método mais versátil, utilizado em diferentes condições, por diferentes especialistas e aplicações crescentes.

2. Não serve apenas para se estudar a evolução da gestação e visualizar os bebes. Proporciona diagnósticos precisos e precoces de muitas lesões em diferentes órgãos.

3.  Não utiliza radiação.  O princípio é da emissão de ondas de ultrassom (não audíveis) e posterior formação das imagens. Não há contra-indicações absolutas para utilização.

4.  Possui sim alta definição.  Os equipamentos modernos são infinitamente melhores que os antigos.  O avanço tecnológico que aconteceu em outras áreas também proporcionou grandes mudanças nos equipamentos e conseqüente melhoria dos diagnósticos. A próxima “onda” já em andamento, mas que necessita evolução, será a portabilidade e o WI-FI. Isto mesmo, já existem no mercado transdutores sem cabo conector e com a imagem disponível em “tablets” ou “smartphones”.

5. Não utiliza meios de contraste iodados que podem afetar os rins.  Há inclusive, meios  de contraste da ultrassonografia sem iodo.  A ultrassonografia com contraste podem ser indicada em muitas situações clínicas nos pacientes alérgicos ao iodo e em pacientes com alteração da função renal. Em alguns centros, a ultrassonografia com contraste apresenta resultados diagnósticos similares quando comparada aos outros métodos de imagem (tomografia e ressonância).

6.  Muitas vezes é utilizada para guiar procedimentos. Por exemplo, com a ultrassonografia, identifica-se o caminho mais seguro: para a realização de uma biopsia,  para a passagem de um cateter em uma veia e infusão de medicamentos, para a identificação e localização precisa de um tumor durante o ato cirúrgico, entre outras.

7. Novas tecnologias da ultrassonografia são hoje utilizadas para substituir procedimentos invasivos, como por exemplo, biópsias de fígado. A chamada elastografia é uma realidade cada vez mais acessível.

8. Ao contrário do que muitos pensam, o profissional que realiza o exame é um médico, ou médica,  que na maioria das vezes fez uma especialização de 3 a 4 anos na área de Diagnóstico por Imagem. Há provas de especialização para estes médicos que realizam a ultrassonografia e outras modalidades de Diagnóstico por Imagem.

9. É um exame dinâmico realizado em tempo real. O paciente tem a oportunidade de explicar a quem está realizando o exame, o motivo do mesmo, o local da queixa ou mesmo em qual posição ou movimento que executa existe dor, por exemplo. O realizador do exame atento as observações feitas pelo paciente, pode segui-las e com sua expertise fazer o diagnóstico, movimentar o paciente, uma articulação ou simular um esforço que não e possível em exames de ressonância ou tomografias, por exemplo.

Poderíamos nos estender ainda mais, listar outras aplicações deste método fundamental na evolução da medicina moderna, mas o objetivo é dar uma visão geral de conceitos, aplicações e possibilidades envolvidas.

Para os pacientes, ficam algumas sugestões: procurem profissionais e serviços qualificados, estejam sempre atentos ao exame solicitado e expliquem ao médico(a) ultrassonografista o porque do exame.

Para finalizar...... O “olho clinico” tão importante desde os primórdios da medicina associado ao raciocínio adequado, continua a ser o diferencial, mas lembre-se, um bom médico, ou médica ultrassonografista pode ser a diferença!

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