Sífilis: problema atual causado por doença antiga

Marcos Vinícius da Silva, Infectologia

Publicado em 27/11/2017 - Atualizado em 30/04/2024



O que é

A sífilis, também conhecida como lues, é uma doença infecciosa sexualmente transmissível (IST) que já existia na Europa na época pré-colombiana. O nome sífilis foi dado por Fracastorius, médico e astrônomo de Verona, que descreu a doença em um pastor chamado Syphilus.

Como a Sífilis é transmitida

-Durante relações sexuais (genital, anal e oral)

-Contato direto com secreção das lesões iniciais nas mucosas e/ou na pele

-Durante a gestação da mãe para o feto.

A Organização Mundial da Saúde estima que no mundo ocorram 357 milhões de novos casos de IST curáveis por ano. Em relação à sífilis em gestantes, a estimativa é que acarrete mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por ano.

O número de casos da doença vem crescendo muito nos últimos anos, de forma preocupante, mundialmente. Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, o número de novos casos da doença notificados no período de 2010 a junho de 2016 foi de 227.663 (42,7 casos por 100 mil habitantes), dado subestimado uma vez que muitos não são notificados. Em relação às gestantes, o número de casos de sífilis cresceu de 1.600 no ano de 2005 para 33.381 em 2015, o de sífilis congênita de 5.830 para 18.938 e o de óbito por sífilis congênita de 73 para 221, nesse período. No Brasil, a sífilis congênita passou a ser doença de notificação em 1986, em gestação em 2005 e a adquirida em 2010, mesmo assim, muitos casos ainda não são notificados.

A doença acomete praticamente todos os órgãos, tem um período médio de incubação de 3 semanas, podendo variar de 10 dias a 3 meses. A lesão inicial ocorre no local de penetração da bactéria causando úlcera indolor, que muitas vezes passa despercebida, chamada de cancro de inoculação ou lesão primária, podendo regredir espontaneamente. Após 4 a 6 semanas podem aparecer lesões na pele e nas mucosas, aumento dos gânglios linfáticos e sintomas gerais, fase secundária da doença, que pode durar semanas ou meses. Nessa fase também pode ter acometimento do sistema nervoso central (SNC). Se a doença não for tratada pode evoluir para a fase de latência, permanecendo assim por semanas ou anos, ou para a fase terciária com comprometimento do sistema nervoso central, ósteoarticular e cardiovascular, com lesões degenerativas, incapacitantes graves e morte. A lesão primária pode ser um facilitador na aquisição de outras IST, inclusive a AIDS.

Diagnóstico

A sífilis é doença de fácil diagnóstico, empregando-se testes laboratoriais realizados tanto com sangue como com o líquido cefalorraquiano nos casos de acometimento do SNC. Atualmente estão disponíveis os testes rápidos para o diagnóstico da sífilis, cujo resultado sai entre 5 a 20 minutos. Para esses testes, o sangue do paciente é coletado por punção digital, empregando volume mínimo.

Tratamento

A doença é de fácil tratamento, realizado com antibióticos e necessita de acompanhamento médico. A doença não confere imunidade e é passível de ser readquirida, por isso a prevenção ainda é a melhor maneira no combate e no controle da sífilis.

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